16/05/2014

Scans,Outtake, Photoshoot e Entrevista do Robert para Premiere Magazine

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Entrevista
14 abril de 2014. Faz 14 minutos desde que Robert Pattinson desapareceu em um dos quartos deste enorme armazém, transformado em um estúdio de fotografia para fazer a maquiagem dele. Quando ele finalmente sai, com o rosto coberto de tinta preta e branca que vai desaparecer momentos depois quando terminamos jogando litros de água e Gatorade em seu rosto. É claro que o ídolo adolescente da saga Crepúsculo desapareceu completamente. Ele deixou em seu lugar um ator que é cada vez mais fascinante, um artista – ele foi quem imaginou a encenação diferente da sessão com o fotógrafo Danielle Levitt – cuja filmografia está começando a impressionar seriamente. Desde o início do ano, ele filmou com Werner Herzog (Queen of the Desert) e Anton Corbijn (Life), ao que ele logo vai adicionar Harmony Korine e James Gray (The Lost City of Z). Depois de apresentar Cosmopolis em 2012, ele está fazendo sua volta a Cannes com dois filmes: Maps to the Stars, que marca seu reencontro com David Cronenberg, e The Rover, o novo filme do prodígio australiano David Michôd (Animal Kingdom, 2011). Um velho oeste futurista em que Pattinson, mais desconcertante que nunca, prova que o futuro pertence a ele.


PREMIERE: Deixamos-lhe dois anos atrás na parte de trás da limusine em Cosmopolis e podemos encontrar você mais uma vez dirigindo uma no novo filme de David Cronenberg, Maps to the Stars. Ele fez isso de propósito?

ROBERT PATTINSON: Talvez nós estejamos construindo uma trilogia em torno de limousines… Eu não sei se foi uma decisão consciente de sua parte ou não.

PREMIERE: O aspecto recorrente é que em cada filme, você dorme com uma atriz prestigiada…

ROBERT: Aquela cena com Julianne Moore foi tão engraçada. E nós tínhamos acabado de nos conhecer antes de nós termos que filmá-la.

PREMIERE: Foi também o caso com Juliette Binoche quando você filmou a cena de sexo em Cosmopolis. É a sua nova maneira de acolher atrizes no set?

ROBERT: Eu me lembro de ver Juliette antes de começarmos a filmar a cena. Ela estava me dando conselhos: “Continue escolhendo projetos elegantes e gravando filmes inteligentes”. E de repente, David diz: “Ação!” e começamos a foder como animais no carro. Muito elegante, isso é certo… (risos). Além disso, estava fervendo. Eu estava suando como louco e enormes gotas de suor escorriam pela minha testa. Eu me perguntei se eu não estava tendo um ataque cardíaco. Toda vez que uma gota caía, eu tentava impedi-la de acabar nas costas de Julianne. Era ridículo. Depois de um tempo ela se voltou em minha direção, preocupada e me perguntou: “Você está bem? Você está tendo um ataque de pânico?” Eu estava sem ar, completamente encharcado, enquanto ela nem um pouco.

PREMIERE: Você não parece o tipo de ator que só faz metade do trabalho.

ROBERT: Exatamente. É o meu próprio suor que você vê na tela. Em The Rover, meu problema era as moscas. Eu nunca tinha visto nada parecido. Estávamos constantemente cobertos de sangue falso e uma vez que saíamos, cinquenta moscas começavam a nos rodear. Durante o dia todo, isso não ia parar.

PREMIERE: O lado glamouroso do deserto australiano.

ROBERT: Nós realmente filmamos o filme no meio do nada. A maioria das pessoas que você vê no filme foram recrutadas no mesmo dia, como esse cara pequeno que vende uma arma para Guy Pearce e anda e resmunga: “Porra, porra, porra!” Ele realmente era assim. Houve também um cara com a com a cara louca que vemos na loja. Encontraram-no enquanto eles estavam procurando o lugar. Ele entrou na casa achando que estava deserta e ficou cara a cara com esse cara e sua esposa, que estavam nus – eles descobriram mais tarde que ela era naturista.

PREMIRE: Uma das forças do filme é seu minimalismo. Isso já estava assim no papel?

ROBERT: Sim, essa impressão de desolação estava saindo do script, que havia me atingido com o lado “faminto”. O filme é extremamente nu, mas ele consegue criar um mundo extra-terrestre próprio. Uma qualidade, que de certa forma, me fez lembrar de Cosmopolis.

PREMIERE: Este filme marcou claramente um ponto de viragem na sua carreira. Você nos disse uma vez que isso “lhe deu colhões”. Eles ainda estão em crescimento?

ROBERT: Quando você está em um blockbuster, você contribui para um conjunto sem realmente saber como. Com os pequenos filmes que faço agora – e provavelmente é por causa de seus lados ambiciosos – me sinto como se eu estivesse criando algo. É a maneira mais palpável. David Michôd me deixou tentar um monte de coisas diferentes em The Rover, como ter dentes podres ou raspar a parte de trás da minha cabeça, porque eu achava que deixava o personagem mais vulnerável, ter a nuca exposta dessa maneira.

PREMIERE: The Rover parece ser uma nova etapa de sua carreira. Também é assim que você se sente?

ROBERT: A primeira vez que eu senti como se estivesse vendo um adulto quando eu olhei para mim mesmo na tela, foi quando eu vi o anúncio da Dior que eu filmei no ano passado, dirigido por Romain Gavras. The Rover confirmou esse sentimento, que continuou em Life, filme que eu acabei de gravar com Corbijn. Acho que tenho mais confiança em mim mesmo e essas seleções de Cannes estão ajudando muito. Depois de ser humilhado por anos por causa de Crepúsculo, o meu ego estava um pouco machucado.

PREMIERE: Você vê esse festival como uma honra?

ROBERT: Você não tem ideia… É um reconhecimento enorme. Durante muito tempo, eu queria papeis sem realmente saber se eu poderia interpretá-los. Hoje, sinto-me pronto para assumir riscos e assumir essas escolhas.

PREMIERE: Dois anos atrás, você estava nos dizendo que você estava desesperadamente tentando contatar Romain Gavras. Você finalmente conseguiu.

ROBERT: Esse anúncio para a Dior foi a única maneira que eu encontrei para contatá-lo com sucesso. Eu disse a mim mesmo: “Agora, ele finalmente vai me responder”. Eu meio que sinto que eu comprei essa ligação… (risos)

PREMIERE: Onde surgiu a ideia de fazer você parecer como um jovem Belmondo?

ROBERT: Da Dior, até mesmo o conceito original era muito mais sofisticado. Nós realmente mudamos as coisas ao longo do caminho. A maneira como Romain trabalha com seu diretor de fotografia dá esse resultado extremamente vivo. Você tem que saber que não fomos realmente permitos de filmar a parte onde eu estou dirigindo na praia. Romain fez isso às 7 da manhã, e ele não parava de gritar: “Depressa, estamos perdendo a luz!” Que luz? são 7h! A areia estava molhada , o carro foi ficando preso nela. Então, eu tive que dirigir à 100 km/h, com as duas modelos na parte de trás, enquanto Romain estava gritando: “Estamos perdendo a luz! Estamos perdendo a luz!” Eu nunca pensei que eu me encontraria nesse tipo de anúncio, mas eu tenho que admitir que foi uma experiência muito positiva. A Dior nos deu uma quantidade muito incrédula de liberdade.

PREMIERE: Durante a nossa última entrevista, você estava dizendo que um dos seus sonhos era trabalhar com James Gray, o que está acontecendo em breve. (Pattinson em breve aparecerá ao lado de Benedict Cumberbatch em “The Lost City of Z”.)

ROBERT: Eles mudaram as gravações para janeiro, mais uma vez, e eu estou tipo ficando cansado de esperar. Elas acontecerão na Colômbia, vai ser uma loucura. Nesse meio tempo, eu poderia filmar algo com Harmony Korine, com quem eu tenho sonhado trabalhar desde que eu tinha 17 anos, como com James Gray. Eu continuo a perguntar-lhe sobre o que o filme é, mas ele não quer me dizer.

PREMIERE: Você acabou de adicionar Werner Herzog para o seu currículo! ( “Queen of the Desert”, com Nicole Kidman.)

ROBERT: Eu não estava esperando nada disso. É um papel muito pequeno, mas eu adorei trabalhar com ele. Seja qual for o assunto, ele sempre terá uma história improvável ou uma anedota para contar. Nós estávamos filmando quando o julgamento de Amanda Know (uma americana acusada de matar um de seus companheiros de quarto na Itália) foi reaberto e Herzog disse-nos muito sério: “Eu vi os documentos que o público nunca viu e eu posso lhe garantir que ela é culpada” (risos). Evidentemente, eu não acredito nele absolutamente.

PREMIERE: Você ainda é popular entre os paparazzi ou a histeria esfriou?

ROBERT: Eu tenho melhorado em não ser visto. A última vez que fui para Londres, eu não fui fotografado uma única vez. Meu melhor amigo me disse: “A próxima vez que você for fotografado, lembre-se deste período de tempo em que você foi deixado em paz. Não pense nisso como um prolongamento de todos os anos que você teve fotos suas tiradas, mas como um incidente isolado.” Ele está certo. Antes, eu estava ficando louco, por vezes, quando a minha foto era tirada nas ruas. É diferente quando você é um cara, porque além da invasão de sua vida privada, é também a sua masculinidade que é ridicularizada em uma certa maneira. Você acaba cara a cara com os caras que tiram fotos de você com nenhum cuidado no mundo e você não pode fazer nada sobre isso… Havia momentos em que eu literalmente queria matá-los. Eu me acalmei desde então. Bem, eu acho que sim, mas pode ser apenas porque é mais raro agora. O que está no meio de tudo isso é que o meu trabalho é ser pago para interpretar outras pessoas. Como você quer que o público ache isto credível, se, a cada dia, meu rosto está em tablóides me mostrando fazendo compras no supermercado?

PREMIERE: Então você acaba tendo as suas compras entregues em casa?

ROBERT: Não, eu encomendo do Domino’s Pizza todos os dias. (Risos)

PREMIERE: Muitas vezes vemos atores aceitar blockbusters entre filmes independentes, explicando que é necessário, a fim de ser capaz de estar em mais projetos “artísticos”. No seu caso, é como se você tivesse decidido abandonar grandes filmes de estúdio…

ROBERT: Sim, porque eu não acredito nessa ideia de que você tem de alternar entre os dois. O público não se importa se você faz um filme “grande” ou um filme “pequeno”. As pessoas só querem vê-lo em um bom filme. Às vezes, alguns atores se deslocam de um grande filme para outro, até que um dia tudo pára imediatamente. E nesse momento, eles acabam desamparados: “Eu não entendo, eu joguei o jogo.” Exceto que não há regras. Tudo pode desabar a qualquer momento. A vantagem se isso acontecer comigo é que eu posso sempre fazer algumas centenas de dólares, indo para assinar autógrafos em convenções de Crepúsculo. (Risos)

PREMIERE: Quanto tempo você acha que vai demorar para Hollywood refazer a saga?

ROBERT: Eu não tenho ideia. Eu acho que a era dos vampiros acabou, não é? É engraçado, há poucos dias eu estava lembrando a filmagem de uma cena de Crepúsculo com alguém. Eu acho que é a primeira cena do último filme, quando Bella acorda e vê Edward, um pouco como uma aparição. Estávamos filmando por um mês no Canadá no frio, eu estava tão perto de ficar deprimido, e a única coisa que eu encontrei para me sentir melhor era tomar meu café da manhã no McDonald todas as manhãs. Após quatro semanas disso, chegou o momento de filmar essa cena e eu estava vestindo uma camisa branca com a luz vindo de trás de mim. Quando eu assisti a cena logo depois, eu percebi que você poderia ver o contorno dos meus pneuzinhos recém-adquiridos. Recentemente, vi o filme na TV e eles ainda estavam lá.

PREMIERE: Depois de todos estes anos eu estou surpreso de ver que ainda há anedotas para contar sobre Crepúsculo…

ROBERT: Quando eu penso que o primeiro filme saiu há seis anos e que eu consegui o papel em 2007, parece loucura para mim. A maior parte dos meus vinte anos foi focado nisso. Quando o segundo filme saiu, eu entendi que levaria pelo menos dez anos para ser eu mesmo novamente e passar para outra coisa.

PREMIERE: Os dois filmes que você vai apresentar no Festival de Cannes prova que você precisou de menos de dez anos para alcançá-lo…

ROBERT: Estou realmente animado com a ideia de voltar para o festival. Eu adoraria se todos os meus filmes fossem selecionados. Por enquanto, os três últimos filmes que eu gravei desde o final de Crepúsculo foram. Eu farei tudo o que puder para manter este objetivo.

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